12 de fev. de 2013

*Contatos via satélites / Radioamador

Durante as décadas de 70 e 80, operar satélites era privilégio de poucos. Alguns radioamadores mais experientes, se aventuravam em satélites tipo: AO7, AO8, RS15, RS12/13, entre outros. Época de ouro, no qual circulavam em órbita de nosso planeta uma boa quantidade de satélites para radioamador.

 No entanto estes satélites operavam basicamente em CW e SSB, com subidas e descidas em dois metros, setenta centímetros e dez metros.  A situação não mudou muito; poucos equipamentos ainda hoje utilizados pelos radioamadores em VHF e UHF, em sua maioria,  não operam em SSB e CW! Ainda assim atualmente, temos alguns equipamentos já bem popularizados, que com certeza permitem este tipo de operação.






 Mas na década de 90 o lançamento dos AO27, pela AMRAD (Amateur Radio Research and Development Corporation) em 26 de setembro de 1993 e do SO35 pela Universidade de Stellenbosch, Africa do Sul, em 23 de fevereiro de 1999; vieram   pôr fim a elitização deste tipo de operação. Pois estes contavam agora com um transponder, analógico para utilização em FM, permitindo assim que qualquer radioamador possuidor de equipamento para FM em 144 e 430 mhz, pudesse passar a falar via satélite, abrindo caminho para uma excitante forma de praticar o radioamadorismo. 
 Aqui cabe salientar que existem atualmente vários satélites em FM, mas  boa parte deles, é para uso em modos DIGITAIS, PSK, PACKET, ETC. Vamos nos deter naqueles que permitem transferir VOZ. 



OS LEO, Low Earth Orbit,  Satélite de Órbita Baixa
  
Todos estes satélites até aqui comentados, são satélites que operam em órbitas na ordem dos 800 km de altura, sendo por tanto facilmente acessados com sistemas de antenas de médio porte. 
Estes possuem invariavelmente órbitas do tipo circular, mantendo constante a distancia entre o satélite e o centro da terra. Já os de órbitas elípticas permitem contatos a maiores distancias, mas com equipamentos e antenas bem mais apurados. No caso dos LEO existe um complicante, que é acompanhar a passagem do satélite que  descreve no céu um arco, orientado em azimute e elevação; fazendo com que em cada passagem tenhamos um arco mais aberto ou mais fechado em relação a linha do horizonte. Vamos supor que um determinado satélite, SO50 por exemplo, nos forneça os seguintes dados relativos a sua passagem:
Inicio da órbita (AOS) =  07:15 aos 359°
Fim da órbita (LOS) = 07:25 aos 180°
Máxima elevação = 57 °
Traduzindo: O satélite, aparecerá as 07:15, AOS  (Acquisition Of Signal, ou Aquisição do Sinal) na linha do horizonte em direção ao Norte, descrevendo um arco que passará, quase por sobre o observador entre o Atlântico e o continente, passando pela elevação máxima  de 57 ° e iniciando a descida, novamente em direção ao horizonte, saindo pelo Sul, com LOS (Loss Of Signal, Perda do Sinal). Tudo isto dentro de  um período de exatos 10 minutos, das 07:15 as 07:25.  


Durante este período, todas as estações que estejam dentro do alcance do satélite (foot print), poderão se comunicar, permitindo em média, contatos da ordem de 2000km a 3000 km de distância.
Como toda repetidora, e satélites são repetidoras voadoras, temos de adotar um canal de entrada e um canal de saída; sendo neste caso as freqüências de subida (Uplink) e descida (Downlink), para o SO50 por exemplo, em  145.850 mhz e 436.796 mhz, respectivamente.  No entanto, em se tratando de uma “repetidora” em movimento os sinais de subida  e descida são afetados pelo efeito de doppler, fazendo que durante sua passagem a freqüência varie de 436.805 no inicio (AOS), 436.795 no centro da órbita e 436.790 ao final da passagem (LOS), aproximadamente. É o mesmo efeito observado por alguém parado em uma calçada, e que por ele passe uma “ambulância  de sirene ligada”; fazendo dar a impressão que o som da sirene varie do mais agudo ao mais grave durante o deslocamento. Nos satélites que operam com transponder em SSB, o efeito se torna ainda mais perceptível principalmente nos sinais em CW. Para completar, além do doppler, temos ainda o spin, rotação do satélite que faz variar a polarização dos sinais, que hora chegam verticalmente , hora chegam horizontalmente polarizados.

AS VARIANTES


Até aqui podemos notar que operar via satélite, requer atenção a uma gama bem ampla de variantes:

inicio da órbita
coordenada de entrada
variação da elevação
variação da freqüência
variação da polarização
variação de azimute 
E é exatamente esta quantidade de variantes, que faz da operação via satélite mais uma desafiante opção da prática do radioamadorismo.
  
A ÓRBITA 
Para os mais afetos à matemática, com certeza; calcular manualmente a próxima passagem do satélite é algo gratificante, mas torna sem dúvida a operação bem mais complicada. Para facilitar as nossas vidas entretanto, dispomos atualmente de vários programas muito bons para previsão de órbitas. Entre eles podemos destacar: 

Winworbit – freeware

Orbitron – cardware

Nova For Windows – pago 
Entre outros tantos que podemos localizar via internet, são os citados, os mais populares entre os operadores de satélites da atualidade. Alguns deste programas inclusive, com a interface apropriada, permitem controlar o conjunto de antenas em azimute e elevação, acompanhando automaticamente a passagem do satélite e dependendo do equipamento utilizado para UP e Downlink, acompanhar a variação doppler.
  
AS FREQUÊNCIAS 

Uma maneira, bem prática, se  obter informações sobre os satélites para amadores, é visitando a página da AMSAT, em www.amsat.org .Alias, antes de qualquer aventura, vale a pena dar uma boa navegada no site da AMSAT!  Cabe aqui um parêntese; referente a utilização dos segmentos do espectro radioelétrico. Para que todos nós possamos continuar convivendo em paz, devemos seguir as normas e os acordos de ética operacional, evitando interferências prejudiciais que acabem inviabilizando não só a operação via satélites; mas todos os outros não menos excitantes e diferente modos de emissão.
A ESTAÇÃO 
Após ter adotado o programa escolhido e de posse do conhecimento necessário, para escolher este ou aquele satélite, temos de devotar especial atenção a estação; pois com certeza, dela exclusivamente depende o nosso sucesso. 
Antes de qualquer tentativa de transmissão, e este é nosso impulso  natural, pois caso contrário seriamos radio escutas, temos de ter certeza absoluta de uma, no mínimo, muito boa recepção! Pois como vimos além de sofrer o efeito de variação de freqüência, doppler, temos o efeito de variação de polarização, spin,  além é claro da degradação dos sinais de descida dos satélites, que para uma economia lógica de baterias, (e  eles são alimentados por baterias carregadas por meio de coletores solares), as potencias de descida são invariavelmente na casa do 1 watt, fazendo que no caso de satélites de órbitas mais distantes, seja necessário o uso de pré-amplificadores de recepção, que também podem auxiliar neste nosso caso em particular, os LEO.


ANTENAS  


Para que isto seja possível, temos de nos ater ao conjunto de antenas de recepção. Para os menos exigentes, podemos utilizar antenas do tipo turnstile, que são compostas por dois dipolos cruzados e defasados a 90º , isto para permitir a recepção em polarização tanto horizontal quanto vertical.  Este tipo de antena, muito conhecido pelos operadores de satélites meteorológicos, pode ser utilizado com relativo sucesso, em28, 144 e 432 mhz, tanto em recepção como em transmissão. Uma boa lida nos handbooks da ARRL ou no HANDBOOK DO RADIOAMADOR de Aslaz, elucidará as dúvidas relativas a este tipo de antenas. 
Estas porém servem basicamente para órbitas mais próximas, mais por sobre as nossas cabeças, e assim como a operação via repetidoras terrestres, se quisermos alcançar DX, ou seja, órbitas mais baixas que permitam uma maior área de cobertura, aí sim, devemos direcionar nosso poder de fogo, utilizando yagis, principalmente as de polarização circular ou cruzadas.


YAGI DE POLARIZAÇÃO CIRCULAR

Neste tipo de antena, temos duas yagis, na mesma gôndola, defasadas a 90 graus. Para a yagi, de polarização linear, basta montar somente uma das antenas. E como já foi dito em parágrafos anteriores, ambos os tipos de antenas, devem ser orientadas em azimute e elevação, manualmente ou por meio de rotores.  
Entretanto para o caso dos LEO, devemos tomar cuidado para não se utilizar antenas de alto ganho, pois este faz com que o lóbulo principalfique muito agudo, tornando a antena muito seletiva, necessitando  de correção a todo o momento. Este problema, por outro lado, pode ser reduzido ao se utilizarem sistemas informatizados de rastreamento da órbita, via interface oferecida por alguns programas.

ANTENAS HELICOIDAIS

São estas sem dúvida, a melhor opção para quem deseja realmente uma operação séria e eficiente, via satélite. Devido ao seu formato em espiral, permitem com bom ganho uma recepção circular perfeita, podendo ser polarizadas tanto a direita (RHCP= Right Hand Circular Polarization) quanto a esquerda (LHCP= Left Hand Circular Polarization), sendo padrão para operação  via satélites, a polarização a direita.


O EQUIPAMENTO 


Com o advento dos satélites em FM, ficou muito fácil operar estas repetidoras espaciais, pois a grande maioria dos equipamentos oferecido ao mercado, possuem condições tanto de transmissão quanto de recepção. Neste caso em particular o ideal e preferível, é que se tenha condições de efetuar a monitoração de descida do sinal do satélite, durante nossa própria transmissão.  Muitos preferem em função de seletividade, versus sensibilidade,  a utilização de equipamentos independentes para UP e Downlink, permitindo assim além da boa operação via satélite, também a operação de DX em VHF e UHF, entre uma passagem e outra.
Atualmente porém, a grande tendência é a fabricação de equipamentos multibanda, oferecendo numa única peça a possibilidade de operação automática em bandas cruzadas e correção automática de doopler, em alguns modelos específicos.
Para os equipamentos mais comuns, e voltando aos satélites em FM, devemos ter em mente as seguintes características:


DUAL BAND / FULL DUPLEX

Comandos independentes para cada banda

STEP mínimo de 5 khz, pois para alguns rádios o passo menor é de 10 khz, impossibilitando  a operação de recepção, devido do doppler.Transmissão com subton, programável.
Uma boa opção para quem deseja operar de maneira econômica; é a utilização de seu VHF base para o Uplink acompanhado  de um HT para recepção, fazendo com que assim  se possa inclusive, operar de maneira portátil, abrindo um novo leque de opções para a operação via satélite. Pode-se também, optar pela operação QRP, utilizando para isto rádios HTs, tanto no RX quanto no TX, desde que utilizadas as antenas apropriadas. 


 A OPERAÇÃO PORTÁTIL


 O autor deste pequeno texto, por experiência própria, operou portátil/móvel em várias cidades do Rio Grande do Sul via UO14. 
 Para isto, experimentei os seguintes arranjos:
1) Uplink: FT23R, HT, 5 watts e yagi de 3 elementos, montada em cano de pvc.  Downlink: ICU68, HT, com yagi de 3 elementos, montada na mesma gondola  de VHF, defasadas em  90 graus.

2) UP/Downlink: TM721A, dual band, sem duplexador, com yagi dual band, parecida com a da figura ao lado, porém com gôndola em PVC e elementos em FIO de cobre, 8 mm.
3) Uplink: TM 7212 A, antena vertical ¼ de onda, base magnética.
 Downlink: ICT7A, ht dual band, antena yagi de 5 elementos, polarização linear.  
Em todos os casos acima, as antenas são utilizadas na mão do operador, permitindo apontar as mesmas para o satélite durante a passagem, com a vantagem de poder variar a polarização, de vertical para horizontal rápida e facilmente. Em todos os casos, foram observados 100 por cento de sucesso nos QSOs via satélite. Sendo porém por comodidade, em função do peso das antenas, adotado o ultimo arranjo. Tendo em vista a antena de Uplink ficar fixa no veículo, fazendo com que a yagi de Downlink fosse utilizada só com os elementos de UHF, pesando perto de 0,3 kg.


MÃOS A OBRA 


Assim sendo e de posse destas informações, aliadas a perspicácia e ao desejo da aventura, características típicas do RADIOAMADOR VERDADEIRO,

 temos as ferramentas mínimas necessárias para dar início a operação via satélites, adicionando ao nosso currículo de radioamador mais um excitante modo de exercício, deste tão maravilhoso mundo das radiocomunicações.






por: PY3DU - Collossi

vídeos: PY1WX - Júnior

9 de mai. de 2012

*Ética no Cluster

Coisas que não se deve fazer em um DX Cluster



## “Ética e procedimento Operacional para o Radioamador” (IARU) ##

· Auto Spotting
- Um anúncio pessoal para todo mundo dizendo: Estou aqui nesta frequência, por favor, me chamem.
- Não precisa de explicação, não é coisa que se faça no radioamadorismo. Se quiser fazer QSOs, chame CQ ou responda as estações que chamam CQ.
· Auto Spotting disfarçado
- Ex: Termina de trabalhar uma estação que respondeu ao seu ”CQ”, e spota essa estação que esteva lá, mas já mudou de frequência após o termino do QSO. Esse spot não acrescenta nada para a comunidade DX, dado que a estação DX foi embora, mas ao mesmo tempo atrai uma mão cheia de DXers a sua frequência, esperando que isso te ajude a trabalhar mais estações. Essa prática torna os DXers nervosos.
· Auto Elogio (Bragging)
- Um spot não serve para dizer ao mundo quão bom você é: Não spote uma estação DX cujo spot já havia sido feito mais de uma vez. Nesse caso você não esta anunciando a estação DX, apenas esta se auto elogiando e dizendo ao mundo o quanto você é bom.
· Usar o DX Cluster como um canal de Chat global (MSN).
· Colocar uma mensagem privada como spot.
· Fazer o spot de um amigo.
· Pedir a um amigo para fazer um spot seu.
· Usar o indicativo de outro no DX Cluster.
Partes retiradas do Manual da IARU “Ética e procedimento Operacional para o Radioamador”.
Mais detalhes em: HAM OPERATING ETHICS

15 de dez. de 2011

*QRP

No radioamadorismo, QRP é a modalidade que tem por objetivo estabelecer comunicação
bilateral utilizando potência abaixo de 10 Watts.
É uma modalidade que exige dedicação especial do praticante, já que nescessita-se de
experimentações do sistema irradiante (antena), como também do aparelho (emissor receptor) propriamente dito, visando contatos com maiores distâncias.

Muitos dos nossos equipamentos vem com a  possibilidade de redução da potência de

emissão para níveis compativeis com o QRP mas o verdadeiro QRPista monta seu próprio
equipamento, o qual pode ser acondicionado inclusive dentro de uma lata de sardinhas.
Como nas demais modalidades radioamadorísticas, existem vários contestes para os
praticantes do QRP. Em abril de 2009 nos dias 18 e 19, por exemplo, acontece o EA QRP
Contest onde a categoria esta dividida em QRP cuja potência máxima não deve ultrapassar
5 watts e QRPp onde a potência máxima utilizada deve ser de 1 watt. Maiores informações
em: http://www.eaqrp.com/concurso/test_eaqrp_cw-es.htm 
Existem muitos sites que se dedicam a esta  categoria e não só isto podemos encontrar
publicações internacionais dedicadas ao QRP. Em muitos países esta prática vem se
desenvolvendo de forma impressionante e como muitos diriam, na contra-mão do
desenvolvimento. Mas ser radioamador também  é isto, voltar a prática da montagem dos
próprios equipamentos e ter prazer em  cada contato, em cada QSL recebido em sua
operação QRP.

No Brasil não é diferente, existem muitos praticantes e amantes do QRP. Embora muitos

tenham a idéia que QRP não exista no Brasil, eu me incluía entre estes, mas estava
enganado, agora não penso mais somente em QRO (que é o oposto do QRP). Temos no
Brasil inclusive grupos de discussão  sobre o assunto. Um deles está em:
http://br.groups.yahoo.com/group/QRP-BR/

22 de mar. de 2011

*Antena Yagi-Uda





    1. Introdução
    2. As antenas Yagi-Uda são muito utilizadas nas faixas de frequência HF (3 - 30 MHz), VHF (30 - 300 MHz) e UHF (300 - 3000 MHz). Desde que foi apresentada pela primeira vez em 1927 por S. Uda, este tipo de antena foi sujeita a um trabalho exaustivo, analítico e experimental. A antena Yagi-Uda é constituída por um dipolo activo, excitado directamente pela linha de transmissão, e dipolos parasitas cujas correntes são induzidas por acoplamento mútuo. A direcção de máxima radiação é segundo o eixo da antena e é imposta pelos dipolos parasitas directores e reflectores colocados respectivamente à frente e atrás do dipolo excitador.
      O objectivo final deste trabalho é fazer o dimensionamento de uma antena Yagi-Uda para operar no canal 9 (203-209 MHz). A análise e optimização da antena dimensionada será feita utilizando o programa MMAna.
    3. Procedimentos



2.1 Dimensionamento de um dipolo de meio comprimento de onda

a) Com o objectivo de se familiarizarem com o programa MMAna vai-se começar por fazer o dimensionamento de um dipolo de meio comprimento de onda também a funcionar no canal 9. Ele é constituído por tubo de alumínio de 0,8 cm de diâmetro. Coloque-o paralelo ao eixo dos z's. Corrija o seu comprimento de forma que ele se torne ressonante controlando o valor da impedância de entrada.

b) Obtenha os diagramas de radiação nos planos E e H.

c) Obtenha o seu ganho face ao radiador isotrópico e compare-o com o valor obtido teoricamente.

d) Divida por dez o diâmetro do condutor utilizado e repita as alíneas a), b) e c). Comente as diferenças encontradas.

2.2 Experiências com uma antena Yagi-Uda de 3 elementos

a) Geometria: seja uma antena Yagi-Uda com apenas 3 elementos (veja a Figura 1), operando no canal 9. O reflector tem comprimento L1=0.520l, o excitador tem comprimento L2 = 0.500l e o director tem comprimento L3 = 0.467l. A distância entre o reflector e o excitador é d12 = 0.250l e entre o excitador e o director é d23 = 0.200l. Todos os elementos utilizam tubo de alumínio de 0,8 cm de diâmetro. Utilize pelo menos 10 segmentos por elemento e ponha a fonte de tensão no centro do excitador. Analise esta antena entre os 206 e 209 MHz. Guarde as principais características (para futuras comparações) sobre a directividade, razão frente/verso e impedância de entrada. Em particular, note que a directividade decai muito rapidamente após atingir seu valor máximo (uma característica quase sempre presente em antenas Yagi e que requer especial atenção no seu dimensionamento).
Figura 1: Antena Yagi-Uda de 3 elementos.

b) Variação do Comprimento do Director: diminua L3 para 0.450l e repita a análise anterior. Depois, repita tudo com L3 = 0.484l. Repare que o comprimento do excitador influi em todas as características da antena. Em particular, repare que a frequência correspondente ao máximo de directividade tende a aumentar na medida em que L3 diminui (desde que as variações de L3 não sejam exageradas).
Após o projecto inicial (por exemplo, com o auxílio de um ábaco apropriado), analisa-se a directividade obtida ao longo da faixa de operação. Geralmente, observa-se o comportamento exemplificado pela Figura 2 (linha cheia). Caso a directividade mínima exigida para a faixa tenha sido violada no extremo superior da faixa, diminui-se lentamente os comprimentos dos directores na tentativa de deslocar o máximo de directividade para uma frequência mais alta (linha tracejada) e com isso satisfazer a directividade exigida. As distâncias entre directores e entre o director e o excitador também afectam as características eléctricas da antena Yagi.

c) Variação do Comprimento do Reflector: partindo da geometria inicial (ou seja, ignore as alterações efectuadas no item anterior), diminua L1 para 0.513l e repita a análise. Depois, repita tudo para L1 = 0.527l. Repare que, apesar da pequena variação de L1, o comprimento do refector influi consideravelmente na razão frente/verso. Porém, a sua influência na directividade não é significativa (em antenas Yagis com diversos directores, a influência do reflector na directividade é ainda menor). Logo, uma vez especificadas as dimensões relacionadas aos directores de forma a obter a directividade exigida, varia-se o reflector (tanto o seu comprimento quanto a sua distância até o excitador) na tentativa de melhorar a razão frente/verso ao longo da faixa de operação.
Figura 2: Variação típica da diretividade da antena Yagi-Uda ao longo da
faixa de operação: diretores maiores (linha cheia) e menores (linha tracejada).

d) Variação do Comprimento do Excitador: a partir da geometria inicial diminua L2 para 0.480l e analise a antena. Repita a análise, agora com L2 = 0.517l. Repare que a variação de L2 basicamente altera apenas a impedância de entrada da antena. Geralmente L2 é alterado no final de um ciclo de optimização para tentar o ajuste fino da impedância de entrada da antena, já que a variação não exagerada do comprimento do excitador pouco altera a directividade e a razão frente/verso da antena Yagi.

2.3 Dimensionamento de uma antena Yagi-Uda

a) Vamos por fim dimensionar uma antena Yagi-Uda que satisfaça os seguintes requisitos apresentados:
Antena Yagi-Uda para operar no canal 9 (203-209 MHz) com um ganho mínimo de 10 dBd e com uma variação máxima de 2 dB na faixa de frequência referida acima. Esta antena é para recepção de sinal de TV em que o nível de impedância é de 75W. O COE (coeficiente de onda estacionária) máximo na faixa de operação não deve ser superior a 1.5. A relação frente/verso deve ser superior a 20 dB. Todos os elementos da antena utilizam tubo de alumínio de 0.8 cm de diâmetro.

b) O dimensionamento inicial da antena deve ser obtido utilizando as regras apresentadas nos acetatos. Nomeadamente deve ser obtido:
. número N de elementos da antena (1 reflector, 1 excitador, N-2 directores)
. comprimentos dos elementos e distâncias entre eles

c) Optimização do projecto inicial de forma a satisfazer as especificações podendo ser utilizadas as possibilidades de optimização disponibilizadas pelo programa MMAna.