27 de out. de 2015

*COMO FAZER DX EM INGLÊS

Para praticá-las, precisamos de algumas poucas coisas, que estão enumeradas abaixo e explicaremos em seguida:

1. a existência de propagação para longa distância;
2. saber o modo correto de passar e receber a palavra;
3. conhecer o código fonético, pelo menos o internacional
4. dar a reportagem de sinal pelo sistema RST;
5. usar umas poucas palavras no idioma inglês;
6. ter uma lista de prefixos para saber que país está sendo contatado;
7. registrar os contatos com a data/hora GMT (também conhecida como ZULU), que é o horário de Brasília + 3 horas;
8. preencher e enviar o cartão QSL de acordo com a forma que vai ser utilizada para o envio/troca, ou seja, via LABRE ou direto pelo correio; e,.
9. conhecer o regulamento do conteste ou do diploma, preenchendo o respectivo LOG.
A propagação para longa distância, quando existe, ocorre de acordo com a faixa que vai ser utilizada. Nos 160, 80 e 40 metros ela vai do anoitecer até o amanhecer. Nas demais faixas do espectro de HF, ou seja, nos 30, 20, 17, 15, 12 e 10 metros ele varia durante as vinte e quatro horas do dia, tanto em intensidade como em direção.
...
É possível manter contatos DX com muitos países usando apenas o nosso idioma. Na América do Sul, Central e Caribe, fora o Brasil, a maioria dos outros países fala o Espanhol. Na Europa, além, é lógico, de Portugal, temos facilidade de entendimento com a Espanha e há muitos portugueses espalhados pelo continente, notadamente na Bélgica e França. Na África existem alguns países que foram colônias portuguesas, como Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Açores, Madeira e Cabo Verde, ou foram ou ainda são da Espanha, como as Ilhas Canárias, de Ceuta e Melillia e Balearic. Na Ásia temos Macau, ex-colônia Portuguesa devolvida recentemente à China e, na Oceania, o Timor Leste.
...
Existem duas formas de se iniciar um contato DX - chamando geral DX (CQ DX, CQ DX, CQ DX, de PT2AA, por exemplo) ou respondendo a um chamado desse tipo (nunca se esqueça que CQ já quer dizer “chamado geral”, portanto, jamais diga CQ Geral!). Quando se quer direcionar o chamado para um determinado continente, área, estação ou país, basta fazer o chamado dizendo isso, ou seja, CQ DX Portugal, CQ DX Portugal, CQ DX Portugal, de PT2AA, por exemplo. A lista dos prefixos indicados pela UIT para cada país está no ANEXO 4 (visite http://www.itu.int/radiocIub/rr/aps42.htm).
...
Agora que você já sabe o básico, aqui vão algumas dicas para facilitar os seus contatos DX, tanto para a conquista de diplomas quanto para a participação em contestes:
1. Antes de começar algum chamado, nunca se esqueça de perguntar se a freqüência está em uso ou não, dizendo: “esta freqüência está ocupada?”, ou “is dis frêquenci in iúsi ?“, em “portuglês”.
2. Só responda a um chamado DX após ter anotado o indicativo de chamada da estação que chama, de forma completa.
3. Quando muitas estações estiverem chamando aquela com quem você quer falar, espere que ocorra um pequeno silêncio e faça a sua chamada reportando apenas as duas últimas letras do sufixo do seu indicativo de chamada. Se a outra estação conseguir te escutar com clareza, ela mandará que você complete o seu chamado (< seu sufixo > “complíti iór cal”). Aí, é só você passar o indicativo de chamada e a reportagem de sinal e pronto. Se você for perfeitamente ouvido, a outra estação dirá o seu indicativo de chamada e a reportagem de sinal da tua estação e, com isso, o contato estará concluído.
4. Não chame uma estação nos intervalos de câmbio, espere que ela pergunte “quem chama” — quiu ér zéde (QRZ).
5. Se uma estação está chamando em ordem de números, não conteste antes que chegue o do seu indicativo de chamada, no nosso caso de Brasília, Goiás, Tocantins e São Paulo, o número 2: “quíu ér zéde (QRZ) nâmbêr tchúl”.
6. Se o chamado for apenas para outro país ou continente que não o nosso, não o conteste.
7. Transmita, no máximo, as informações essenciais ao registro completo do contato: indicativo de chamada, nome do(a) operador(ora), cidade e RS(T). Em “portuglês”, após recebermos a palavra, diríamos: “mái nêimi is <seu nome>, de quiutiêiti is <sua cidade>, êndi ióur uríport is fáivi bái náini. Traduzindo para o português, teríamos dito à outra estação: “meu nome é<seu nome>, o QTH é <sua cidade>, e a sua reportagem de sinal é 5/9”.
  

ALGUMAS PALAVRAS E TEXTOS EM “PORTUGLÊS”

Palavras

PORTUGUÊS
“PORTUGLÊS”

PORTUGUÊS
“PORTUGLÊS”
CQ DX
Ciquiu diéx

De
From
1
Uám

2
Tchú
3
Truí

4
Four
5
Fáivi

6
Six
7
Sevem

8
Êiti
9
Náini

0
zirou
/
Bái ou istrouque

Meu
Mái
Nome
Nêimi

É
Is
Como
Láiqui

obrigado
sênquiu
73
Séventitri

Quem chama?
quiuérzédi
Seu / Sua
Ióur

Na escuta
istendbáí
Reportagem
uriport

QTH
quiutíêiti
Bom
gúdi

Capital
quépital
  

Texto 1


Chamado Geral:
“Ciquíu diéx, Ciquíu diéx, Ciquíu diéx, from” <seu indicativo de chamada> “istendbáí”.

Se alguém responder ao teu chamado e você não conseguir ouvir bem o indicativo dessa estação, pergunte:
“quiuérzédi diés, from <seu indicativo de chamada>?

Respondendo a quem te respondeu
“<seu indicativo de chamada> from <indicativo de chamada da estação que te contestou>, mái nêimi is <seu nome>, mái quiutíêiti is Brasília, de quépital, êndi iôur uriport is <R> bái <S>. Séventitrí êndi gúdi diéx. <indicativo da estação contatada> from <seu indicativo de chamada>”.

Ao continuar fazendo DX, antes de fazer outro chamado completo tente apenas perguntar “quiuérzédi diéx, from <seu indicativo de chamada>?”. Se houver alguém na aguardando oportunidade certamente se apresentará para o contato.


 Texto 2    ( Vide a tradução no texto 3 )


Chamado Geral           CQ DX, CQ DX, CQ DX,  this is PT2-GE – Papa Tango – two –  Golf  Echo, calling
CQ DX on twenty meter band and standing by for any possible call. Over,  please!

Retorno            Hello, VP7-AA – Victor Papa – seven – Alpha  Alpha – this is PT2-GE !

1° câmbio         I thank you very much for answering my call, old man.
                        You are putting in here a very fine signal:
                        Q5 S9 – I will repeat: 5 by 9 (five by nine). Your modulation is very clear!
My name is George – Golf Echo Oscar Romeo Golf Echo and QTH (quiú tí achê) Brasília city, the capital of Brazil in South America.
I am ramming 100 watts impute, using a dipole (three elements - three bands, vertical, folded dipole, etc) antenna and my radio is a transceiver Kenwood TS 140.
About WS (dáblio ess) right now is 25° centigrade here.
VP7-AA, PT2-GE  -    Over !

2° câmbio       VP7-AA, PT2-GE
Roger, Roger, (100%) one hundred per cent copy – Your signal is very strong.
All okay about your name and QTH there in Bahamas, Bob.
Thanks also for your report 5 by 9.
Well, this is my first contact with Bahamas and I am very interested in having your QSL card. Please send your QSL card via Bureau.(Burô)
I will send my QSL card to you tomorrow morning.
I thank you very much for this fine QSO and hope we will repeat this contact very nice.
Many seventy threes to you and good look in DXs.
VP7-AA ,PT2-GE – By, By  Over!

Respondendo Hello, SP5-SEK this is PT2-GE calling you and standing by.  -  Over!
um chamado

Se ele voltar   Hello, SP5-SEK, this is PT2-GE.
            I thank you very much for coming back for me and I am glad to make this QSO with you.
           
Se tiver QRM   I can not copy you, conditions are too bad (very poor), Please give me a long call
e pedir SQY     Sorry but I can not copy you very well. Please QSY about tem kilocycles (higher/lower)
                        Call me tem kilocycles (higher­ / lower¯) Over!


Se não enten-  QRZ? QRZ? QRZ? PT2-GE calling QRZ please my friend repeat again your
der o prefixo   call letters because I am not sure to have them correct.
                        PT2-GE calling QRZ and listening. -  Over!



Texto 3


Chamado Geral           CQ DX, CQ DX, CQ DX,  Este é  PT2-GE – Papa Tango – dois –  Golf  Echo, chamando
CQ DX na banda de 20 metros e na escuta para qualquer possível chamada. Câmbio.           

Retorno            Alô, VP7-AA – Victor Papa – sete – Alpha  Alpha – Este é PT2-GE !

1° câmbio        Eu agradeço por você ter respondido ao meu chamado, Meu velho.
                        Você está colocando aqui muito bom sinal:
                        Q5 S9 – Vou repetir: 5 por 9 . Sua modulação está muito clara!
Meu nome é George – Golf Echo Oscar Romeo Golf Echo e QTH (quiú tí achê) cidade  de Brasília, a capital do Brasil na America do Sul.
Eu estou colocando 100 watts, usando um dipolo (três elementos – tri banda, vertical, , etc) antena e meu rádio é um transceiver Kenwood TS 140.
Sobre WS (dáblio ess) agora está 25° centígrados aqui.
VP7-AA, PT2-GE  -    Câmbio!

2° câmbio       VP7-AA, PT2-GE.
Compreendido, compreendido, (100%)  cem por cento copiado – Seu sinal é muito forte!
Tudo certo sobre seu nome e QTH em Bahamas, Bob.
Obrigado também pela sua reportagem de 5 por 9.
Bem, este é o meu primeiro contato com Bahamas e eu estou muito interessado em obter ser cartão QSL. Por favor, mande seu cartão QSL via Bureau.
Eu mandarei meu cartão QSL para você amanhã cedo.
Muito obrigado por este bom QSO e espero repetirmos este contato muito bom.
Muitos setenta e três para você e boa sorte em DXs.
VP7-AA, PT2-GE – thau, thau,  Câmbio!

Respondendo Alô, SP5-SEK este é PT2-GE chamando e na escuta.  -  Câmbio!
um chamado

Se ele voltar   Alô, SP5-SEK, este é PT2-GE
            Muito obrigado por retornar-me e estou feliz por fazer este QSO com você.
           
Se tiver QRM   Eu não consigo copia-lo, condições muito ruins (muito pobre), Por favor me dê um longa chamada.
e pedir SQY     Sinto, porém eu não copio você muito bem. Por favor QSY em dez quilociclos (acima/abaixo)
                        Chame-me dez quilociclos  (acima­ / abaixo¯) Câmbio!


Se não enten-  QRZ? QRZ? QRZ?   PT2-GE chamando QRZ por favor meu amigo repita novamente seu indicativo, porque não tenho certeza de ter anotado corretamente.
der o prefixo
                        PT2-GE calling QRZ and listening. -  Over!


Finalizando:SUGERIMOS QUE IMPRIMA UMA CÓPIA DE UM DOS DOIS TEXTOS MUDANDO, ANTES, PARA SEU INDICATIVO, QRA, QTH, RÁDIO, ETC, E COLOQUE NA SUA FRENTE, PARA CONSULTA, ANTES DE COMEÇAR A FAZER OS DX.(Como fazer: Selecione o texto que desejar com o botão direito do mouse e na coluna editar escolha a opção copiar.Saia da home page do BSBDX e abra um editor de texto, ex.: Word (no Windows) e em uma página nova, vá novamente para o coluna editar e escolha a opção colar. Pronto de agora em diante você poderá fazer todas as alterações desejadas)73 and Good Luck in DXBrasília DX Group



*Código Morse você ouvi ou escuta?

Existem dois tipos de telegrafistas, ou seja, aquele que OUVI e aquela que ESCUTA.

Ouvir é a mesma coisa que escutar? 
Veja esta importante comparação sobre o uso dessas palavras.
Pode parecer engraçado, mas há uma grande diferença entre os dois verbos. Como pode alguém ouvir e não escutar?

Ouvir refere-se aos sentidos da audição. A pessoa ouve apenas, mas pode ou não interpreta a comunicação.

Escutar requer mais que ouvir, ou seja, a pessoa tem que prestar atenção ao assunto ou ao som, entender do que se trata, perceber o que foi dito ou transmitido, sentir as palavras, memorizar o assunto ou transmissão, opinar, levar em consideração e agir ou não em conformidade.
Para quem deseja ir bem na telegrafia, progredir nesta modalidade, escutar é a melhor opção e haverá necessita de prática. Nos dias de globalização, competição acirrada, as pessoas pouco escutam e desejam mais falar do que ouvir. No entanto, saber ouvir é um sábio conselho milenar que requer treinamento. Uma comunicação perfeita e sem ruídos requer atenção e bons ouvintes antes de qualquer coisa.

Os candidatos para o exame para classe B precisam apenas escutar mais ao invés de apenas ouvir.
PY1RJ - Márcio


APRENDENDO O CÓDIGO MORSE

Se você procura por alguma mágica, algum segredo ou algum truque fantástico - alguma coisa como hipnotismo - aqui você não vai achar ! O que estamos oferecendo é somente um método prático, que foi testado inúmeras vezes, junto com a vantagem de tentar reunir tudo de bom que já foi dito em métodos de aprender CW bem e com facilidade.

O CW não é um novo idioma. É um idioma que você já conhece, "escrito" em forma de sons em vez de desenhos no papel (letras escritas) - é a sua própria linguagem. Você vai aprender a ler de "ouvido" a linguagem que você já lê muito bem com a visão. Lição número um -- e é importantíssimo você pensar sempre desta forma: CADA LETRA, NÚMERO OU SÍMBOLO DO CW É UMA ÚNICA UNIDADE DE SOM.

A psicologia nos ensina que quando começamos a aprender alguma coisa nova, se achamos que vai ser FÁCIL ela será fácil. Os bons professores nunca enfatizam ou sugerem que exista alguma coisa difícil de aprender, conseguem que seus alunos aprendam rápido, em uma semana ou duas. Isto também torna o aprendizado GOSTOSO. Nós aprendemos muito mais rápido desta forma; portanto mentalize que aprender é divertido e agradável. Se você quer aprender - você é capaz de aprender. Nosso ALICERCE é o alfabeto, números e sinais de pontuação. Aprenda estes SONS tão bem que quando você escutar "dah dah dit" você imediatamente reconhece um "G". Isto é o básico mas não pare ai ! O CW é comunicação: e a gente não se comunica só com letras, mas sim com palavras. As palavras são nossas unidades de pensamento. Mesmo enquanto nós estivermos ainda aprendendo o alfabeto em CW nos devemos começar a aprender a reconhecer palavras curtas e comuns como "ou" , "de" pelo som que elas tem. Quando começamos a aprender a ler nós já sabíamos falar, mas a leitura era alguma coisa nova e sempre foi necessário um certo esforço para aprender a ler. No inicio você tinha que soletrar cada palavra, e depois ver como se pronunciava a palavra toda, e ainda você tinha que se lembrar do que já tinha decifrado anteriormente quando passava para a palavra seguinte que já vinha em seguida, e era uma tarefa difícil conseguir "ler" toda a frase. O estagio inicial de entender CW funciona da mesma forma, mas não deve ficar para sempre assim. Palavras são conjuntos de letras, uma letra após a outra. Mas quando nós lemos não fazemos assim - nós lemos a palavra. Se nos não sabemos soletrar, nós não saberemos ler ! - se não fosse assim nós poderíamos usar os hieróglifos ! As palavras precisam se tornar nossas unidades de pensamento no CW, porque palavras fazem sentido e são mais fáceis de serem lembradas. Receber CW , como nós lemos um texto impresso, torna-se muito mais fácil e rápido quando aprendemos a reconhecer PALAVRAS em vez de soletra-las como um conjunto de letras. Um bom leitor sempre lê palavras e até consegue ler um conjunto de palavras de uma só vez. Nós podemos aprender isto : quantos e quantos já aprenderam. Nos quase não nos apercebemos das letras que formam as palavras quando nos lemos um texto. Nossa atenção esta voltada toda para os PENSAMENTOS escritos nas palavras, e nossa reações acontecem para as ideias que são expressadas. Quando nós começarmos a alcançar este estágio com o CW, nós estaremos chegando perto do objetivo. Desse modo nossos planos são: aprender os sons do alfabeto de modo que possamos reconhecer cada letra instantaneamente. aprender a reconhecer a maioria das palavras como sons de palavras, e afinal. aprender a ouvir uma transmissão de CW como se alguém estivesse nos falando em palavras e ideias. Este domínio do CW deve existir em qualquer velocidade usada. Nós podemos aprender a fazer isto em qualquer velocidade. Nosso objetivo deve ser de aprender a usar o CW de modo que isto se torne fácil e natural, da mesma forma que falamos ou andamos.

Esse texto é para o instrutor analisar e tentar passar este conteúdo nas aulas. É suma importância que eles captam esta informação e que coloquem em prática durante o curso. Pode parecer até uma bobeira, mas... estas palavras ajudaram e ajudam muitos candidatos em suas provas e até mesmo em sua caminhada na modalidade de CW.  “Retire algumas estrofes do texto e vai repassando para turma ao longo do curso”


Transmissão,

Assista o vídeo e aprenda a forma e a posição correta de transmissão de CW.



12 de fev. de 2013

*Contatos via satélites / Radioamador

Durante as décadas de 70 e 80, operar satélites era privilégio de poucos. Alguns radioamadores mais experientes, se aventuravam em satélites tipo: AO7, AO8, RS15, RS12/13, entre outros. Época de ouro, no qual circulavam em órbita de nosso planeta uma boa quantidade de satélites para radioamador.

 No entanto estes satélites operavam basicamente em CW e SSB, com subidas e descidas em dois metros, setenta centímetros e dez metros.  A situação não mudou muito; poucos equipamentos ainda hoje utilizados pelos radioamadores em VHF e UHF, em sua maioria,  não operam em SSB e CW! Ainda assim atualmente, temos alguns equipamentos já bem popularizados, que com certeza permitem este tipo de operação.






 Mas na década de 90 o lançamento dos AO27, pela AMRAD (Amateur Radio Research and Development Corporation) em 26 de setembro de 1993 e do SO35 pela Universidade de Stellenbosch, Africa do Sul, em 23 de fevereiro de 1999; vieram   pôr fim a elitização deste tipo de operação. Pois estes contavam agora com um transponder, analógico para utilização em FM, permitindo assim que qualquer radioamador possuidor de equipamento para FM em 144 e 430 mhz, pudesse passar a falar via satélite, abrindo caminho para uma excitante forma de praticar o radioamadorismo. 
 Aqui cabe salientar que existem atualmente vários satélites em FM, mas  boa parte deles, é para uso em modos DIGITAIS, PSK, PACKET, ETC. Vamos nos deter naqueles que permitem transferir VOZ. 



OS LEO, Low Earth Orbit,  Satélite de Órbita Baixa
  
Todos estes satélites até aqui comentados, são satélites que operam em órbitas na ordem dos 800 km de altura, sendo por tanto facilmente acessados com sistemas de antenas de médio porte. 
Estes possuem invariavelmente órbitas do tipo circular, mantendo constante a distancia entre o satélite e o centro da terra. Já os de órbitas elípticas permitem contatos a maiores distancias, mas com equipamentos e antenas bem mais apurados. No caso dos LEO existe um complicante, que é acompanhar a passagem do satélite que  descreve no céu um arco, orientado em azimute e elevação; fazendo com que em cada passagem tenhamos um arco mais aberto ou mais fechado em relação a linha do horizonte. Vamos supor que um determinado satélite, SO50 por exemplo, nos forneça os seguintes dados relativos a sua passagem:
Inicio da órbita (AOS) =  07:15 aos 359°
Fim da órbita (LOS) = 07:25 aos 180°
Máxima elevação = 57 °
Traduzindo: O satélite, aparecerá as 07:15, AOS  (Acquisition Of Signal, ou Aquisição do Sinal) na linha do horizonte em direção ao Norte, descrevendo um arco que passará, quase por sobre o observador entre o Atlântico e o continente, passando pela elevação máxima  de 57 ° e iniciando a descida, novamente em direção ao horizonte, saindo pelo Sul, com LOS (Loss Of Signal, Perda do Sinal). Tudo isto dentro de  um período de exatos 10 minutos, das 07:15 as 07:25.  


Durante este período, todas as estações que estejam dentro do alcance do satélite (foot print), poderão se comunicar, permitindo em média, contatos da ordem de 2000km a 3000 km de distância.
Como toda repetidora, e satélites são repetidoras voadoras, temos de adotar um canal de entrada e um canal de saída; sendo neste caso as freqüências de subida (Uplink) e descida (Downlink), para o SO50 por exemplo, em  145.850 mhz e 436.796 mhz, respectivamente.  No entanto, em se tratando de uma “repetidora” em movimento os sinais de subida  e descida são afetados pelo efeito de doppler, fazendo que durante sua passagem a freqüência varie de 436.805 no inicio (AOS), 436.795 no centro da órbita e 436.790 ao final da passagem (LOS), aproximadamente. É o mesmo efeito observado por alguém parado em uma calçada, e que por ele passe uma “ambulância  de sirene ligada”; fazendo dar a impressão que o som da sirene varie do mais agudo ao mais grave durante o deslocamento. Nos satélites que operam com transponder em SSB, o efeito se torna ainda mais perceptível principalmente nos sinais em CW. Para completar, além do doppler, temos ainda o spin, rotação do satélite que faz variar a polarização dos sinais, que hora chegam verticalmente , hora chegam horizontalmente polarizados.

AS VARIANTES


Até aqui podemos notar que operar via satélite, requer atenção a uma gama bem ampla de variantes:

inicio da órbita
coordenada de entrada
variação da elevação
variação da freqüência
variação da polarização
variação de azimute 
E é exatamente esta quantidade de variantes, que faz da operação via satélite mais uma desafiante opção da prática do radioamadorismo.
  
A ÓRBITA 
Para os mais afetos à matemática, com certeza; calcular manualmente a próxima passagem do satélite é algo gratificante, mas torna sem dúvida a operação bem mais complicada. Para facilitar as nossas vidas entretanto, dispomos atualmente de vários programas muito bons para previsão de órbitas. Entre eles podemos destacar: 

Winworbit – freeware

Orbitron – cardware

Nova For Windows – pago 
Entre outros tantos que podemos localizar via internet, são os citados, os mais populares entre os operadores de satélites da atualidade. Alguns deste programas inclusive, com a interface apropriada, permitem controlar o conjunto de antenas em azimute e elevação, acompanhando automaticamente a passagem do satélite e dependendo do equipamento utilizado para UP e Downlink, acompanhar a variação doppler.
  
AS FREQUÊNCIAS 

Uma maneira, bem prática, se  obter informações sobre os satélites para amadores, é visitando a página da AMSAT, em www.amsat.org .Alias, antes de qualquer aventura, vale a pena dar uma boa navegada no site da AMSAT!  Cabe aqui um parêntese; referente a utilização dos segmentos do espectro radioelétrico. Para que todos nós possamos continuar convivendo em paz, devemos seguir as normas e os acordos de ética operacional, evitando interferências prejudiciais que acabem inviabilizando não só a operação via satélites; mas todos os outros não menos excitantes e diferente modos de emissão.
A ESTAÇÃO 
Após ter adotado o programa escolhido e de posse do conhecimento necessário, para escolher este ou aquele satélite, temos de devotar especial atenção a estação; pois com certeza, dela exclusivamente depende o nosso sucesso. 
Antes de qualquer tentativa de transmissão, e este é nosso impulso  natural, pois caso contrário seriamos radio escutas, temos de ter certeza absoluta de uma, no mínimo, muito boa recepção! Pois como vimos além de sofrer o efeito de variação de freqüência, doppler, temos o efeito de variação de polarização, spin,  além é claro da degradação dos sinais de descida dos satélites, que para uma economia lógica de baterias, (e  eles são alimentados por baterias carregadas por meio de coletores solares), as potencias de descida são invariavelmente na casa do 1 watt, fazendo que no caso de satélites de órbitas mais distantes, seja necessário o uso de pré-amplificadores de recepção, que também podem auxiliar neste nosso caso em particular, os LEO.


ANTENAS  


Para que isto seja possível, temos de nos ater ao conjunto de antenas de recepção. Para os menos exigentes, podemos utilizar antenas do tipo turnstile, que são compostas por dois dipolos cruzados e defasados a 90º , isto para permitir a recepção em polarização tanto horizontal quanto vertical.  Este tipo de antena, muito conhecido pelos operadores de satélites meteorológicos, pode ser utilizado com relativo sucesso, em28, 144 e 432 mhz, tanto em recepção como em transmissão. Uma boa lida nos handbooks da ARRL ou no HANDBOOK DO RADIOAMADOR de Aslaz, elucidará as dúvidas relativas a este tipo de antenas. 
Estas porém servem basicamente para órbitas mais próximas, mais por sobre as nossas cabeças, e assim como a operação via repetidoras terrestres, se quisermos alcançar DX, ou seja, órbitas mais baixas que permitam uma maior área de cobertura, aí sim, devemos direcionar nosso poder de fogo, utilizando yagis, principalmente as de polarização circular ou cruzadas.


YAGI DE POLARIZAÇÃO CIRCULAR

Neste tipo de antena, temos duas yagis, na mesma gôndola, defasadas a 90 graus. Para a yagi, de polarização linear, basta montar somente uma das antenas. E como já foi dito em parágrafos anteriores, ambos os tipos de antenas, devem ser orientadas em azimute e elevação, manualmente ou por meio de rotores.  
Entretanto para o caso dos LEO, devemos tomar cuidado para não se utilizar antenas de alto ganho, pois este faz com que o lóbulo principalfique muito agudo, tornando a antena muito seletiva, necessitando  de correção a todo o momento. Este problema, por outro lado, pode ser reduzido ao se utilizarem sistemas informatizados de rastreamento da órbita, via interface oferecida por alguns programas.

ANTENAS HELICOIDAIS

São estas sem dúvida, a melhor opção para quem deseja realmente uma operação séria e eficiente, via satélite. Devido ao seu formato em espiral, permitem com bom ganho uma recepção circular perfeita, podendo ser polarizadas tanto a direita (RHCP= Right Hand Circular Polarization) quanto a esquerda (LHCP= Left Hand Circular Polarization), sendo padrão para operação  via satélites, a polarização a direita.


O EQUIPAMENTO 


Com o advento dos satélites em FM, ficou muito fácil operar estas repetidoras espaciais, pois a grande maioria dos equipamentos oferecido ao mercado, possuem condições tanto de transmissão quanto de recepção. Neste caso em particular o ideal e preferível, é que se tenha condições de efetuar a monitoração de descida do sinal do satélite, durante nossa própria transmissão.  Muitos preferem em função de seletividade, versus sensibilidade,  a utilização de equipamentos independentes para UP e Downlink, permitindo assim além da boa operação via satélite, também a operação de DX em VHF e UHF, entre uma passagem e outra.
Atualmente porém, a grande tendência é a fabricação de equipamentos multibanda, oferecendo numa única peça a possibilidade de operação automática em bandas cruzadas e correção automática de doopler, em alguns modelos específicos.
Para os equipamentos mais comuns, e voltando aos satélites em FM, devemos ter em mente as seguintes características:


DUAL BAND / FULL DUPLEX

Comandos independentes para cada banda

STEP mínimo de 5 khz, pois para alguns rádios o passo menor é de 10 khz, impossibilitando  a operação de recepção, devido do doppler.Transmissão com subton, programável.
Uma boa opção para quem deseja operar de maneira econômica; é a utilização de seu VHF base para o Uplink acompanhado  de um HT para recepção, fazendo com que assim  se possa inclusive, operar de maneira portátil, abrindo um novo leque de opções para a operação via satélite. Pode-se também, optar pela operação QRP, utilizando para isto rádios HTs, tanto no RX quanto no TX, desde que utilizadas as antenas apropriadas. 


 A OPERAÇÃO PORTÁTIL


 O autor deste pequeno texto, por experiência própria, operou portátil/móvel em várias cidades do Rio Grande do Sul via UO14. 
 Para isto, experimentei os seguintes arranjos:
1) Uplink: FT23R, HT, 5 watts e yagi de 3 elementos, montada em cano de pvc.  Downlink: ICU68, HT, com yagi de 3 elementos, montada na mesma gondola  de VHF, defasadas em  90 graus.

2) UP/Downlink: TM721A, dual band, sem duplexador, com yagi dual band, parecida com a da figura ao lado, porém com gôndola em PVC e elementos em FIO de cobre, 8 mm.
3) Uplink: TM 7212 A, antena vertical ¼ de onda, base magnética.
 Downlink: ICT7A, ht dual band, antena yagi de 5 elementos, polarização linear.  
Em todos os casos acima, as antenas são utilizadas na mão do operador, permitindo apontar as mesmas para o satélite durante a passagem, com a vantagem de poder variar a polarização, de vertical para horizontal rápida e facilmente. Em todos os casos, foram observados 100 por cento de sucesso nos QSOs via satélite. Sendo porém por comodidade, em função do peso das antenas, adotado o ultimo arranjo. Tendo em vista a antena de Uplink ficar fixa no veículo, fazendo com que a yagi de Downlink fosse utilizada só com os elementos de UHF, pesando perto de 0,3 kg.


MÃOS A OBRA 


Assim sendo e de posse destas informações, aliadas a perspicácia e ao desejo da aventura, características típicas do RADIOAMADOR VERDADEIRO,

 temos as ferramentas mínimas necessárias para dar início a operação via satélites, adicionando ao nosso currículo de radioamador mais um excitante modo de exercício, deste tão maravilhoso mundo das radiocomunicações.






por: PY3DU - Collossi

vídeos: PY1WX - Júnior